botannica tirannica giselle beiguelman | 2022

editorial, exhibition design, graphic design, visual id

The visual identity of the exhibition Botannica Tirannica aimed to establish a critical dialogue between the language of natural science museums and digital language. In order to create unity between the different temporalities (classic and contemporary) and universes (real and virtual), Maria Cau Levy explored contrasting colors, such as neon green and military green, and typefaces created at different points in history: Baskerville, a typographic family from 1757 that alludes to the earliest beginnings of printing; NB Typewriter, a monospaced font family created in 2012 that alludes to the language of digital coding; and GT Walsheim, from 2010, with smooth rounded geometry, a sign of another future, different from the one denounced by the exhibition.

Identidade visual e sinalização da exposição Botannica Tirannica de Giselle Beiguelman. O projeto consistiu no desenvolvimento em conjunto com a artista, curadoria e expografia a concepção de uma instalação para melhor tradução da pesquisa homônima de Beiguelman. O projeto foi desenvolvido entre janeiro e junho de 2022 e teve lugar no Museu Judaico de São Paulo. A pesquisa da artista realiza o cruzamento entre botânica, colonialismo e inteligência artificial. Giselle aborda a taxonomia científica como integrante do projeto colonial, que reforça preconceitos de raça, gênero e identidade cultural. A partir dessa posição estabelece a relação com a inteligência artificial como nova forma de colonialismo na contemporaneidade. O projeto teve como principais desafios a abordagem e tradução espacial e gráfica de temas delicados, estabelecendo diálogos entre a linguagem tradicional do clássico museu de ciências e a linguagem digital, ambas inseridas em um contexto crítico.

O projeto de identidade visual teve como premissa estabelecer um diálogo entre uma linguagem sólida e estabelecida – a linguagem botânica – com uma linguagem digital contemporânea. Apesar de contrastantes, ambas linguagens se encontram em Botannica Tirannica como pano de fundo para uma crítica estrutural à taxonomia científica e sua linguagem que reforça as estruturas de poder. 

Optamos pela escolha de cores contrastantes, o verde neon e o verde militar, adquirindo um caráter sério, ao mesmo tempo que atual. Em paralelo com as duas cores, temos também a utilização do mdf ultra, por sua resistência a água e também por sua materialidade compondo um terceiro elemento na composição,e tirando o binarismo das cores e texturas. As tipografias escolhidas também foram três, assim temos a Baskerville, fonte de 1757 uma clássica fonte dos primórdios das impressões gráficas, assim como uma fonte contemporânea monoespaçada remetendo a linguagem de código, e uma terceira fonte contemporânea mais humanista com um pouco de leveza, auxiliando na construção de um futuro dentro da denúncia que a exposição aponta. 

Identidade visual e sinalização: Maria Cau Levy
Assistente de design: Karime Zaher
Projeto expográfico: Helena Cavalheiro
Projeto de luz: Fernanda Carvalho
Jardim: Bruno Araújo

CATÁLOGO

Como desdobramento da exposição Botannica Tirannica de Giselle Beiguelman no Museu Judaico em São Paulo foi realizado o catálogo com direção editorial de Patrícia Mourão. O projeto do catálogo de Botannica Tirannica se debruçou na tradução visual de uma pesquisa que aborda temas delicados e ao mesmo tempo absolutamente presentes em nosso cotidiano. Procuramos tirar partido desses aspectos ao estabelecer um diálogo entre a linguagem clássica do museu de ciências e a linguagem digital, ambas inseridas em um contexto crítico. As palavras que percorreram nosso imaginário foram: estranheza, inteligência artificial, resiliência, laboratório, processo, sistematização, ironia e crítica. Apesar de contrastantes os aspectos temporais (clássico x contemporâneo) e de linguagem (real x virtual), estes se encontram em Botannica Tirannica como pano de fundo para uma crítica estrutural à taxonomia científica e sua linguagem que reforça as estruturas de poder. Posto isso, optamos pela escolha de cores e materialidades contrastantes. O verde neon, como cor especial, e o verde militar em cromia, apresentam um caráter sólido, sério e ao mesmo tempo atual. Também reproduzimos esse contraste nos papeis utilizados, sendo eles Eurobulk 150g e Pólen 90g. As tipografias escolhidas também foram três, assim temos a Baskerville, fonte de 1757, uma clássica fonte dos primórdios das impressões gráficas, assim como a NB Typerwriter (2012), uma fonte contemporânea monoespaçada remetendo a linguagem de código, e uma terceira fonte GT Walsheim (2010) que por meio de sua geometria arredondada e suavidade traz desafogo, auxiliando na construção de um futuro dentro da denúncia que a exposição assinala. O catálogo se apresenta como uma peça de arquivo, sendo sua lateral um jogo informativo para auxiliar nesse mergulho taxonômico.

DESIGN GRÁFICO Graphic Design
Maria Cau Levy
COORDENAÇÃO EDITORIAL Editorial coordination
Patrícia Mourão de Andrade
PRODUÇÃO GRÁFICA Graphic production
Lilia Góes
TRADUÇÃO Translation
Glenn Johnston
PREPARAÇÃO E REVISÃO Copyediting and proofreading
Armando Olivetti e Richard Sanches
TRATAMENTO DE IMAGENS Photo retouching
Estúdio Guarnieri
IMPRESSÃO Printing
Ipsis Gráfica e Editora
PAPÉIS Papers
Eurobulk 135g, Pólen 90g e Masterblanc 270g
Produção: Mariana Lorenzi e Fernando Gallo (MUJ)
Cliente: Museu Judaico de São Paulo
Fotos Still: Fernando Banzi